Nasceu
em Santos, SP, em 08 de julho de 1929. É filha de Ricardo Samuel de
Araújo, já falecido e Maria Conceição Araújo, também falecida.
Seu pai comprou uma casa aqui no município, no ano de 1959, e então
vieram residir na Av. Brasil, quase esquina com a Rua Otávio
Rodrigues Barbosa. Célia cursou o primário em Santos, o Ginásio e
o Colegial em São Paulo. É formada em Direito pela Faculdade de
Mogi das Cruzes e possui cursos de música (canto orfeônico), piano,
teclado e Banda Rítmica Infantil. Compôs o Hino a Ferraz de
Vasconcelos, no ano de 1960, inspirada no grande amor que sempre
sentiu por este município. O Hino foi oficializado alguns anos
depois, pela Lei nº 885, de 21 de novembro de 1974.
Foi
fundadora do Coral Ferrazense, em 1959, mais tarde chamado Coral
Municipal e, posteriormente, Coral Woldemar Goetz, tendo sido regente
a partir do ano de 1959 até o ano de 1986.
No ano
de 1962, o Hino a Ferraz de Vasconcelos foi cantado pela primeira
Festa da Uva Fina neste município. O Hino foi gravado em disco pelo
já falecido Prefeito Municipal Sr. Pedro Paulo Paulino e oferecido à
Dra. Dora Alencar de Vasconcelos, Consul do Brasil em Nova York e
filha do Engenheiro Dr. José Ferraz de Vasconcelos, que deu seu nome
a este município.
Preocupada
sempre com o movimento cultural de Ferraz de Vasconcelos. Célia foi
uma das fundadoras da Biblioteca Pública Municipal de nossa cidade,
doando livros, aumentando o seu acervo e, em 1969, recebeu do já
falecido Prefeito Municipal Sr. Hugo Mazzucca, o Diploma de
colaboração e apoio à Biblioteca.
Desde o
ano de 1961, Célia passou a trabalhar na Prefeitura Municipal e lá
permaneceu por 24 anos, tendo se aposentado no ano de 1986, na gestão
do ex-Prefeito Sr. Makoto Iguchi.
Em 1970,
Célia foi a São Paulo, interessada em trazer para Ferraz de
Vasconcelos, o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) e
participou, na Secretaria de Estado da Educação, o Curso Pedagógico
para Monitores, que proporcionou a ela a oportunidade de formar
monitores para o Mobral em nosso município, após fazer um
levantamento do número de pessoas que não sabiam ler e escrever.
Com este seu trabalho, obteve o Diploma de Honra ao Mérito, pela
participação no processo de erradicação do analfabetismo e
promoção do Homem Brasileiro, diploma este, recebido em 03 de
fevereiro de 1973, do Ministério da Educação e Cultura.
Todas as
atividades exercidas por Célia, sempre foram voluntárias, sem
nenhum objetivo lucrativo, visando somente o bem de nossa cidade.
Desde que veio para Ferraz, em 1959, sempre trabalhou muito pelo
movimento cultural de nossa cidade, tendo sido organista da Igreja
Matriz de Nossa Senhora da Paz durante vários anos, abrilhantando
festas religiosas, festas para angariar fundos para a igreja,
festivais de corais, trazendo corais de outros municípios para se
apresentarem aqui em Ferraz. Além de trabalhar na Igreja Nossa
Senhora da Paz, deu sua colaboração, por muitos anos, na Igreja
Nossa Senhora Aparecida, do outro lado da linha férrea, formando
coral infantil, bandinha rítmica infantil, teatro e fundou, naquela
igreja, a pequena Biblioteca “Martins Fontes”, hoje extinta por
falta de interesse daquela comunidade.
Atualmente,
Célia é Presidente da Associação Protetora dos Animais de Ferraz
de Vasconcelos, fundada no dia 19 de outubro de 1997, para proteger a
todos os animais abandonados de nossa cidade, e vem se dedicando com
bastante entusiasmo aos bichinhos acidentados, doentes, abandonados
pelos seus próprios donos. Para este trabalho, Célia conta com a
colaboração de pessoas dedicadas, possuidoras de grande coração,
dispostas até a cederem seus imóveis que se encontram vagos para
serem alugados, recebendo animais doentes enquanto se acham
desalugados, como é o caso do Sr. Geraldo Nascimento e Clovis
Henrique Delfino.
Finalizando
esta pequena biografia de Célia Augusta de Araujo, tomamos a
liberdade de repetir o pensamento de Dom Paulo Mascarenhas Roxo,
Bispo Diocesano de Mogi das Cruzes e região, quando falava de Santa
Terezinha: “esta foi uma vida de cada dia, feita de uma multidão
de pequenas coisas. Pequenas coisas, porque não tem nada de
extraordinário, de espetacular. Só que a medida das coisas não
está no tamanho delas, mas no amor com que a fazemos. Fazer as
coisas pequenas da vida com serenidade e amor é como transformá-las
em ouro puro, pedra preciosa, coisa grande e de imenso valor diante
de Deus”. E isto Célia soube e sabe fazer: sempre que abraça um
trabalho, procura transformá-lo em coisa grande e de imenso valor
diante de Deus!
No dia
10 de outubro de 1981, em Sessão Solene da Câmara Municipal de
nossa cidade Célia recebeu, com o coração em festa o Título de
Cidadania, pelos relevantes serviços prestados ao nosso Município,
Título este que a deixou profundamente comovida e agradecida ao Sr.
Vereador Lucas de Mello, Presidente da Câmara Municipal e aos Nobres
Vereadores: Acácio Augusto Ferreira, Ademir Nhan, Antonio Guimarães
Amancio, Cosmo Waldemar Coelho, João Batista Camilo Neto, João
Petegrosso, João Saraiva Filho, José Caetano de L. Neto, José
Schiavinatti e Munir Abrahão.
Luciano
Poletti, filho de italianos, nasceu em São Paulo no dia 11 de agosto
de 1895, no bairro de Santa Ifigênia.
Estudou
na Suíça e especializou-se em agronomia na Itália, no ano de 1920.
No ano de
1922, em Milão, Poletti e seu pai, Conde Gulhermo, tinham uma
chácara experimental de frutas, onde vendiam as mudas pela Itália.
Em virtude da Segunda Guerra Mundial, tal chácara foi abandonada.
No ano de
1927, foram plantadas as três plantas mães da Uva Itália e de
outras frutas européias para aclimatização na propriedade de
Poletti, na Vila Romanópolis, Rua Pedro Foschini, 112, no município
de Ferraz de Vasconcelos.
Poletti
era especializado em uvas finas, pêssego, pêra, marmelo, ameixa e
maçã. Entre os anos 1925 e 1935, conquistou 19 medalhas de ouro na
Itália-Milão, num concurso entre vários agrônomos europeus. Nesta
época ele também ganhou o título europeu “Chevalier” de
fruticultura.
Outro dos
vários prêmios que Poletti recebeu está registrado como “Societá
Orticola di Lombardia-II Biennale Castello Sforzesco di Milano 31
Decembre 1929”.
Em 1935
se deu o início do auge do viveiro de mudas frutíferas européias
em Ferraz, numa área gigantesca no bairro do Cambirí, onde hoje é
a Escola Paganucci. Nesta mesma época, as famílias Grespo e
Matarazzo associaram-se ao Poletti numa fazenda em Suzano, onde
criavam animais e plantavam aspargo.
Em torno
de 1938, Poletti remeteu milhares de mudas da macieira que
aclimatizou em Ferraz e que deu melhor resultado, a qual chamava-se
“Pearmain Doré”. Atualmente, esta variedade de maçã é chamada
de maçã Gala, no sul do país.
Esta
última informação foi cedida por Miguel Acien Ruiz, que foi chefe
do viveiro de Poletti a partir de 1935.
Na década
de 1940, Poletti introduziu uma variedade de pessegueiro que
chamava-se “Lugliática”, no bairro de Itaquera, região que foi
a primeira e a maior produtora de pêssego do estado de São Paulo,
com predominância da colônia japonesa.
No ano de
1940, Mussolini mandou chamar Poletti, de Ferraz de Vasconcelos para
a Itália, para ensinar fruticultura aos jovens italianos na guerra.
Embora fosse contra a política do ditador, foi condecorado por ter
cumprido a função que lhe foi atribuída.
No ano de
1942, Sussumu Ussui, o primeiro “discípulo” de Poletti relativo
à Uva Itália, formou a primeira plantação comercial sucessiva do
país, no bairro Cambiri, com cerca de 500 videiras.
Entre os
anos de 1942 a 1948, já em plena aclimatização das frutas
européias em seu viveiro, o agrônomo Luciano Poletti recebia
personalidades do país, onde apreciavam seu trabalho; como exemplo
são citados em documentos o governador Adhemar de Barros, Conde
Francisco Matarazzo, Assis Chateaubriand e Cunha Bueno.
No ano de
1944, o agrônomo Poletti realizou uma exposição na Jardineira
Paulista, das frutas produzidas por ele. O público se surpreendeu
com a qualidade e o tamanho das ameixas, das maçãs, das pêras, dos
pêssegos e da Uva Itália. Com essa exposição Poletti provou que
suas frutas eram produzidas em Ferraz de Vasconcelos, e não na
Argentina, como pensavam até então.
No ano de
1947, a pedido do governador Adhemar de Barros, Luciano Poletti
formou sua fazenda Bel Fruta, em Campos do Jordão, com mudas de
macieiras do viveiro Sociedade Agrícola Frutal Ltda, de Poletti. Tal
projeto foi acompanhado por Assis Chateaubriand e implantado por seu
supervisor Miguel Acien Ruiz, conforme documentos arquivados da
A.D.A.V. (Associação para o Desenvolvimento e Apoio aos
Viticultores de Ferraz de Vasconcelos).
Em 1956,
Sussumu Ussui fundou a cooperativa “Aidokai” (Amor à Terra), no
bairro do Cambiri, em Ferraz de Vasconcelos. Ussui ensinava o cultivo
da Uva Itália a jovens japoneses. Após o estágio os alunos
voltavam para suas chácaras, espalhando assim a Uva Itália por todo
o Brasil.
No ano de
1958, já enfermo, Luciano Poletti vendeu sua chácara experimental
“Sociedade Agrícola Frutal Ltda” á família de Bruto Beli.
Em
janeiro de 1962, o agrônomo Poletti, mesmo enfermo e no leito, foi
homenageado pelo governo paulista.
Em 1966,
deu-se o maior cacho da Uva Itália da cidade de Ferraz de
Vasconcelos, justamente no “pé-matriz” Poletti/Dadian, pesando 4
kg e 200 mg.
Luciano
Poletti faleceu no dia 19 de março de 1962, em Ferraz de
Vasconcelos.
Colaboração:
A.D.A.V.
(Associação para o Desenvolvimento e Apoio aos Viticultores de
Ferraz de Vasconcelos e Alto Tietê)
Sérgio
Semerdjian
Novembro de
2001
Nasceu no Líbano, em
25 de janeiro de 1895, país onde casou-se com Carmem Andere, também
libanesa e tiveram a sua primeira filha Elmoza Cury Andere.
Em 1924, ano em que
sua segunda filha Maria Fernandes da Costa nascera na Argentina, veio
para o Brasil, estabelecendo-se em Poá como comerciante.
Em Ferraz de
Vasconcelos, que na época era sub-distrito de Mogi das Cruzes,
comprou da Cia Romanópolis, o lote em que construiu seu primeiro
estabelecimento, transferindo seu comércio de Secos e Molhados em
Geral de Poá. O comércio localizava-se em frente a antiga parada de
trem de Ferraz, na esquina da Avenida Brasil com a Rua Getulio
Vargas. A partir de então, passou a trabalhar para o desenvolvimento
do município. Em 1930, inaugurou a primeira padaria de Ferraz.
Sua filha Elmoza
estudou em Poá, pois não havia escola em Ferraz. No ano de 1930,
criou-se a primeira escola mista do distrito, no local onde hoje se
localiza a Lojas Cem.
Ferraz não contava
com uma estação de trem, existindo apenas uma parada para embarque
e desembarque de passageiros que vinham de São Paulo ou Mogi das
Cruzes, que o Engenheiro da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil
queria desativar, devido à pequena quantidade de usuários. José
Andere foi quem negociou com o engenheiro que mantivesse a parada. O
engenheiro propôs que manteria a parada, desde que esta tivesse um
movimento diário de 40 a 50 passageiros. Como o movimento de
usuários nunca atingia à cota estipulada, José Andere pagava a
diferença de valor todos os dias para evitar a desativação. Com o
aumento do loteamento da Vila Romanópolis, aumentou também a
população e o número de usuários de trem, então foi construída
uma estação com um armazém de bagagens, sala do agente de estação,
sala conferente da estação e duas guaritas, de um lado no sentido
São Paulo e do outro, no sentido Mogi das Cruzes.
Outro problema da
região, era não poder contar com energia elétrica domiciliar e de
iluminação pública, que vinha de Mogi das Cruzes e só chegava até
o município de Poá. José Andere intercedeu junto ao engenheiro da
antiga companhia de energia Light, que aprovou as instalações,
tendo Andere que assinar um Termo de Responsabilidade de acender e
desligar as chaves de energia. Ele acendia as luzes todos os dias às
18 horas e as desligava às 6 horas, no transformador que ficava em
frente a sua loja na Avenida Brasil.
Além de Elmoza Cury
Andere, que se casou com Miguel Cury e tiveram três filhas, e Maria
Andere Fernandes da Costa, que se casou com Leonardo Fernandes da
Costa e tiveram três filhos, José Andere e sua esposa tiveram mais
sete filhos: Naime Andere, que se casou com Sohad Haddah e tiveram
três filhos; Jamil Andere, que se casou com Nair Jorge e tiveram
quatro filhos; Elias Andere, que se casou com Julieta Zied; Nair
Andere, que se casou com Ítalo Mazzuca e tiveram três filhos;
Jamila Andere que se casou com Itamar Luciano da Gama e tiveram dois
filhos; Aparecida Andere, que se casou com Waldemar Corrêa e tiveram
dois filhos; e João José Andere, que se casou com Miriam Aparecida
e tiveram dois filhos; Até o ano de 2002, tiveram 24 netos e 48
bisnetos.
José Andere morreu em
18 de maio de 1982.
A rua José Andere, no
Jardim Cecília, foi nomeada em sua homenagem, assim como a
Biblioteca Publica Municipal José Andere, na Vila Romanópolis, na
qual é patrono.
Foi declarante sua filha Elmoza Cury Andere.
Ferraz de Vasconcelos, 16 de junho de 2005.
TACITO
ZANCHETTA
Nascido
aos 09 dias de Setembro de 1924, na cidade de São Paulo, vindo para
Ferraz de Vasconcelos no ano de 1949, com 25 anos de idade, onde veio
casar-se com Iolanda Bolzan Zanchetta, no ano de 1950.
Em 1952
estabeleceu-se com uma panificadora no Sapopemba em São Paulo. Em
1954 já comerciante, proprietário do primeiro Bar e Restaurante
próximo a estação de trem “QUIOSQUE” e, paralelamente
trabalhava em seu açougue em Itaquera na cidade de São Paulo.
Em 1962,
adquiriu uma Fábrica de Relógios no Ipirança e em 1964, abriu um
depósito de bebidas na Lapa, onde trabalhou até 1966.
Com sua
popularidade veio a ingressar na vida política do município nos
meados de 1953, participando diretamente da Emancipação Política e
Administrativa onde ocorreu em 1954.
Em 1958
concorreu as eleições municipais e saiu como vitorioso elegendo-se
Vice-Prefeito, assumindo a Prefeitura como Prefeito nos anos de 1961
a 1962 na ausência de seu titular Pedro Paulo Paulino, sendo
afastado por motivos de doença.
Nos
longos destes 52 anos constituindo família, tendo quatro filhos,
sendo: Carlos Alberto, Sidney, Vagner e Gilson Zanchetta,
participando de todos movimentos políticos, construção da Igreja
Católica Nossa Senhora da Paz, construção de indústrias e
residências, como mestre de obras.
Em 1967
começou a trabalhar na Prefeitura Municipal de Ferraz de
Vasconcelos, exercendo a função de Fiscal (da feira, posteriormente
no setor de Tributação, e finalmente, no setor de Obras) onde ficou
até 1977. Contribuiu em muito para o desenvolvimento do município,
exercendo sua função com dignidade e respeito, de forma a favorecer
ao munícipe e industriais, condições de se estabelecer e residir.
Aos 77
anos de idade, ainda funcionário da Prefeitura Municipal de Ferraz
de Vasconcelos, onde veio aposentar-se e já bastante debilitado por
diabetes, quando no dia 05 de setembro de 2002 veio a falecer,
deixando exemplo de Homem digno, honesto e respeitável, de qual toda
a sua família se orgulha em usar seu nome “ZANCHETTA”.
Fonte:
Folha de Ferraz.
Publicação:
Ferraz de Vasconcelos, 06 de novembro de 1982, nº 28, ano 3, pg
02.
Fonte:
Particular
MARIA
DA GLORIA DIAS HORVATH
(Dona
Glorinha)
- Nascida em 14/10/1920, na cidade de Teófilo Otoni, Minas Gerais.
- Nomeada para o serviço público estadual em 27/08/1952 para exercer o cargo de servente no Grupo Escolar Irene Lopes Sodré, em Campos do Jordão, São Paulo.
- Transferida em 1955 para o Grupo Escolar Francisco João Leme, na cidade de São José dos Campos.
- Transferida em 1956 para o Grupo Escolar Firmino Ladeira, em Mogi das Cruzes.
- Transferida em 1969 para o Grupo Escolar das Nações, em Ferraz de Vasconcelos.
- Aposentada nesta última escola em 1984, depois de quase trinta e dois anos de serviços prestados à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
- Viuva de Jovan Horvath, falecido em 15/07/1964, em Mogi das Cruzes.
- Falecida em 15/12/1998, aos 78 anos, em Ferraz de Vasconcelos.
Dona
Glorinha foi pioneira das sucessivas escolas em que trabalhou. De
fato, todas elas foram fundadas ou no ano em que iniciou sua carreira
no funcionalismo estadual ou nas datas em que foi removida de um
estabelecimento de ensino para outro. No início, o motivo dessas
mudanças de local de trabalho foi a enfermidade em seu marido,
acometido de tuberculose pulmonar, doença quase sempre fatal nos
anos cinquenta. Obtida, no entanto, a cura possível naquela época,
procurou, em São José dos Campos e em Mogi das Cruzes, climas mais
favoráveis à preservação de sua saúde, sempre débil, depois de
cinco anos de internação num Sanatório de Campos do Jordão. Em
1964, porém, uma crise cardíaca levou-o para sempre de sua
presença. Em 1969 decidiu vir para Ferraz de Vasconcelos para
emprestar sua experiência ao recém-fundado Grupo Escolar das
Nações, nesta cidade. Durante anos seguidos foi colaboradora
incansável do Professor e Diretor Edyr do Couto Rosa, cujo nome
ilustra a primeira e a maior de nossas escolas públicas.
No Grupo
Escolar das Nações, hoje EEPSG Profª Ignês Corrêa Alen, Dona
Glorinha empenhou-se com energia e dedicação para que alunos e
mestres tivessem sempre à disposição uma escola limpa, acolhedora
e bonita. Seu trabalho constante ia da atenção para com a merenda
das crianças aos cuidados requeridos pelos jardins da instituição,
passando pelo asseio das instalações. Com o passar dos anos
tornou-se muito estimada pelos moradores da Vila Margarida, Parque
das Nações e Vila Corrêa.
ANTÔNIO
BERNARDINO CORRÊA
Nasceu
na cidade de Caldas da Rainha em Portugal, no ano de 1888.
Descendente de portugueses, veio ao Brasil acompanhado de sua esposa
Aurora Pinto Cavalheiro, onde tiveram seus filhos: Arlindo Bernardino
Corrêa, Hilda Bernardino Corrêa e Moacir Bernardino Corrêa.
No
auge do ciclo econômico do café, permaneceu como produtor numa
fazenda cafeeira que havia comprado em Pirajú, no interior de São
Paulo.
Em
1948, veio para Ferraz de Vasconcelos – que até então pertencia
ao município de Poá, onde comprou uma fazenda a qual deu o seu nome
e, após algum tempo, desmembrou em lotes, passando a se chamar Vila
Corrêa. Criou também, posteriormente, a Vila Santa Rosa, nome em
homenagem à esposa de seu filho Moacir.
No
ano de 1950, cedeu o espaço para criar uma via que facilitasse o
acesso a Poá, passando por dentro da Vila Corrêa e fazendo ligação
com a Avenida Dom João VI (na época, a principal avenida de
Ferraz), que foi nomeada Avenida Brasil – hoje, a principal via do
município. Ainda neste ano, doou também uma área para a construção
da segunda escola oficial de Ferraz (atualmente a Escola ABC e a EMEI
Roberto Andere).
Teve
participação nos movimentos para a emancipação de Ferraz,
inclusive em apoio ao primeiro prefeito Luiz H. Baxmann. Apesar de
não ter nenhum envolvimento político direto naquela época, Antonio
Bernardino Corrêa trabalhou muito para o fortalecimento e
crescimento de Ferraz.
Deixou
uma área de 76000 m²
em Ribeirão Pires que hoje é de preservação ambiental. Pertencem
hoje à família Bernardino Corrêa, o Condomínio Mirante das
Flores, localizado à rua Gaspar Delgado e a área próxima ao
cemitério da Saudade, no bairro Tanquinho, utilizada como campo de
futebol e cedida gratuitamente para os eventos promovidos pela
comunidade e pela Prefeitura Municipal.
Antonio
Bernardino Corrêa faleceu em 20 de fevereiro de 1967.
A
Rua Antonio Bernardino Corrêa, no Jardim Juliana, foi nomeada em sua
homenagem, como também foram homenageados com nomes de ruas, seu
filho Arlindo e seu genro Michel Kradich, esposo de Laura, que por
sua vez foi homenageada com a nomeação do Condomínio Santa Laura,
localizado na estrada do Bandeirante que liga Ferraz a Guaianazes.
Seus
filhos Arlindo, Laura e Hilda são falecidos; Moacir vive em Ferraz.
- Foi declarante seu neto Chafic Kradich, filho de Laura Bernardino Corrêa e Michel Kradich. Ferraz de Vasconcelos, 07 de junho de 2005.
ABÍLIO SECUNDINO LEITE
Aproximadamente em 1780, fizeram residência em local onde denominaram como Tanquinho, a família “Leite”, motivada pela fertilidade de terra e pelas condições de clima da região, iniciou o cultivo de frutas.
Alexandre Rodrigues Leite nasceu no povoado do Tanquinho, em 1835, lugar onde viveu e se casou com Maria Florípedes Bueno da Veiga, também ali nascida, filha de Firmino Bueno; desse casamento nasceram seis filhos.
Foi então que em 1 de Junho de 1889, ano da Proclamação da República, nasceu ABÍLIO SECUNDO LEITE, no Tanquinho, na antiga estrada São Paulo – Mogi das Cruzes (atual Avenida Santos Dumont); filho de Alexandre Rodrigues Leite e Maria da Veiga Bueno, ingressando já na adolescência no cultivo de frutas. Casou-se em 29 de Outubro de 1910, com Francisca Antônia Fernandes, filha de família também pioneira em Ferraz de Vasconcelos.
Pesquisando os arquivos existentes em poder da família, foram encontrados documentos que comprovaram a participação ativa de Abílio Secundino Leite, no progresso de nossa cidade, contribuindo de maneira a nos mostrar um exemplo de homem público, preocupado com o progresso do então lugar chamado Tanquinho e voltado de maneira séria, honesta e desinteressada pelo bem estar da comunidade que se formava e seu progresso. Tanquinho era o centro dessa comunidade que crescia. Abílio Secundino Leite, em 1918 vendeu parte da Fazenda Paredão para que fosse loteada. Pouco tempo depois em 1922 fizeram o loteamento denominado Romanópolis.
Em 1924, com a crise causada pela revolução e a consequente falta de dinheiro, Antônio Silvestre Leite, mesmo sabendo que não ia receber, vendeu, a quem precisava, até a última mercadoria do seu empório, mostrando solidariedade até o fim. Sem estoque e condições de fazer a reposição, fecha as portas; pois nessa época com o levante na Capital, centenas de homens, mulheres e crianças, em dolorosa peregrinação, dirigiram-se para Ferraz de Vasconcelos.
Foi encontrado recibo de pagamento na data de 1926, no valor de 1.707 $ 098. (Um conto, setecentos e sete mil e noventa e oito reis) pago à Estrada de Ferro Central do Brasil com sede no Rio de Janeiro, para construção de uma passagem de nível no quilômetro 468 do Ramal de São Paulo e concessão da mesma (atual passagem de nível da Rua Stella Mazzucca para a Rua Godofredo Osório Novais), hoje desativada e mantido pagamento desta concessão até 1983, pelos seus filhos e comerciantes.
Em 1930, foi instalada a primeira Escola Estadual em Ferraz de Vasconcelos, o Sr. Abílio Secundino Leite cedeu o prédio localizado na Rua Godofredo Osório Novais, incentivando o ensino de Ferraz de Vasconcelos.
Participou com doações de material na construção do Antigo Seminário Cristo Rei.
Participou com doações de materiais e doação do Crucifixo esculpido em madeira que se encontra na Igreja Nossa Senhora da Paz.
Participou ativamente de aberturas de várias estradas e vilas.
Em 1936, criou para atender a demanda de interesses da população que se formava a 1ª Olaria, no lugar onde se encontra hoje o nº 406 da Rua Godofredo Osório Novais. Esta olaria forneceu os tijolos para as primeiras e principais construções de Ferraz de Vasconcelos.
Em 1937, construiu em alvenaria a Igreja de Nosso Senhor do Bom Jesus, que até então era de taipa. Nesse mesmo ano, fez parte de uma comissão para viabilizar a construção da Igreja de Nossa Senhora Aparecida; união foi feita na casa do Sr. Antônio de Freitas e, ele ficou como Presidente de Honra por ter sido o doador do terreno.
Em 1938, iniciou a construção da Igreja de Nossa Senhora Aparecida em área de sua propriedade, participando ativamente com doações de materiais de construção e mão de obra.
Em 1939 o senhor Abílio era quem mais fornecia tijolos e lenha para São Paulo, e quando veio o racionamento de gasolina, por causa da guerra de 1932, ele pagou o prejuízo que seus operários tiveram; era um homem que estava sempre pronto para ajudar as pessoas.
No dia 27 de julho de 1941, foi realizado a 3ª reunião preparatória em sua residência e, ficou fundada a Conferência de Nossa Senhora Aparecida estando presente: ele, Abílio Silvestre Leite e Benedito Secundino Leite.
Em 1941 doou área para a Cúria Metropolitana de São Paulo, onde se encontrava construída a Igreja de Nossa Senhora Aparecida.
Em 05 de Janeiro de 1944, passou um valor de Cr$ 35.000,00 (trinta e cinco mil cruzeiros), para a Light a fim de ser estendida as linhas de energia elétrica até o Tanquinho.
Em 19 de Outubro de 1948, passou um recibo de Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros), como contribuição de pagamento das despesas do Plebiscito, para a elevação de Ferraz de Vasconcelos a categoria de Município.
Em 1949, doou área para a construção do 1º Cemitério Municipal de Ferraz de Vasconcelos (Cemitério da Saudade), onde hoje encontra-se sepultado.
Em 04 de abril de 1952, fez um recibo de pagamento no valor de Cr$ 36.000,00 (trinta e seis mil cruzeiros) para pagamento de instalação de iluminação elétrica da Vila Andeyara.
Em fevereiro de 1951, o Sr. Abílio, alugou uma casa na Rua Dr. Vicente Ráo, n.º 232, para o funcionamento da Agência do Correio; e como a casa ficou pequena para tal finalidade e, como o terreno da esquina da mesma rua era de propriedade dele, ele construiu uma casa maior, alugando assim todo espaço para a Agência do Correio, podendo assim funcionar a Coletoria Estadual, que permaneceu ali por doze anos.
Em 08 de março de 1953 Abílio Secundino Leite, fez parte do grupo da comissão Pró-Emancipação, sendo Presidente de Honra e, Benedito Secundino Leite ficou como Membro.
Em 1953 foi eleita uma comissão de quinze membros para a Comissão de Emancipação e entre eles, estava Benedito Secundino Leite, foi sancionada a lei n.º 2456, em 31 de Dezembro.
Em 01 de Janeiro de 1956, às dezessete e trinta no recinto da Câmara Municipal de Ferraz de Vasconcelos; Alexandre Secundino Leite foi eleito vereador, ganhando em 2º lugar na 2ª legislatura.
Em 15 de Outubro de 1968, Abílio Silvestre Leite fez parte do Coral Paroquial de Ferraz de Vasconcelos, se apresentando no grupo de TENORES.
Em 14 de outubro de 1976, Lázaro Silvestre Leite recebeu o cargo de Tesoureiro para representar a diretoria da Corporação Musical Ferrazense: Pedro Salgado.
E por ter sido um homem de grande valor tanto humano como político, ele e sua família foram homenageados com nomes específicos para o bem da memória de Ferraz. São elas: Rua Abílio Secundino Leite – Vila Andeyara; Rua Alexandre S. Leite – Jardim Anfelina; Rua Antônia Benedita Leite – Vila São Sebastião; Rua Antônio Silvestre Leite – Jardim Bela Vista; Rua Benedita Leite Sebastião – Bairro do Tanquinho; Rua Benedito Leite – Vila Corrêa; Avenida Benedito Secundino Leite; Rua Benedito Silvino Leite – Vila Andeyara; Rua Benedito Souza Leite – Jardim Primavera; Rua Francisca Antônia Leite – Jardim São João; Rua José Silvestre Leite – Bairro do Tanquinho; Rua Manoel Secundino Leite – Jardim Anglé; Rua Sebastião Leite – Vila Andeyara e a Emei Maria da Glória Fernandes Leite.
Informações cedidas por Sra. Laura, viúva de seu filho Alexandre Secundino Leite.
MAKOTO IGUCHINascido em 25 de dezembro de 1936, no bairro paulistano de Itaquera, o Dr. Makoto Iguchi, tornou-se prefeito de Ferraz de Vasconcelos após uma vida dedicada ao trabalho. Fez o curso de 1º grau no G.E. de Ferraz de Vasconcelos, o 2º grau (ginasial) no Instituto de Educação Washington Luiz, formando-se em Administração de Empresas na Faculdade de Administração de Empresas da Universidade Braz Cubas e depois um curso de especialização Genética Avícola em Tóquio no Japão. Filho de Kichisaburo Iguchi e Yukio Iguchi, sempre teve como diretriz de vida, companheirismo, o trabalho e honestidade. Casou-se com Dona Mihiko Hara Iguchi, com quem teve quatro filhos: Walter Iguchi, Cecil Iguchi, Ricardo Iguchi e Yara Iguchi.Iniciou sua vida política e pública, antigo M.D.B., partido pelo qual foi eleito prefeito pela primeira vez em Ferraz de Vasconcelos em 1973, sendo eleito novamente em 1982 com grande margem de votos. Entre seus feitos e atuante participação nos meios sociais, foi fundador entre outros do Rotary Club da cidade, ocupando diversos cargos inclusive a presidência; fundador entre outros da Associação Pré-excepcionais, Kodomo no Sono de Itaquera, cuja instituição mantém mais de 100 crianças excepcionais em Regime de Internato, é também presidente de CONDAS – Saúde.Este foi um rápido Perfil do Homem que administrou os rumos do município nos últimos seis anos, realizando obras fundamentais na reurbanização, saúde e principalmente de âmbito social.Ao tomar posse em 1983, a atual administração da prefeitura municipal, representada pelo prefeito Makoto e seu vice Alfredo, encontrou uma situação caótica em relação ao problema saúde.Nosso município possuía cerca de 52.000 habitantes desamparados, visto existir apenas o Centro de Saúde II de Ferraz de Vasconcelos e o Centro de Saúde III na Vila Santo Antonio. O único hospital existente, o “São Marcos”, era particular, e realmente atendia apenas a quem lhe conviesse e com fins meramente lucrativos, deixando a população mais carente, totalmente desamparada.Com muito trabalho e esforços redobrados, a atual administração, conseguiu a construção do PSI do Jardim São João, com atendimentos médicos, odontológicos e Programa de assistência ao carente; mais cinco unidades de Centro de Saúde, no Jardim Castelo, Jardim Rosana, Parque São Francisco, Vila Santa Margarida e Vila São Paulo.Marco também importante na saúde foi a intervenção estadual no dia 30 de janeiro de 1986, ocorrida no Hospital e Maternidade São Marcos, passando o mesmo a ser denominado HOSPITAL REGIONAL DE FERRAZ DE VASCONCELOS, agora com um atendimento eficiente, servindo a população de nossa cidade e dos municípios vizinhos. Com a proposta do Governo do Estado de Municipalização da Saúde, surgiu a idéia de um consorcio intermunicipal para o gerenciamento do hospital e de todos os postos de saúde espalhados em Ferraz de Vasconcelos, Poá e Itaquaquecetuba, este consorcio é denominado “CONDAS”, cujo início foi em julho, tendo como finalidade integrar todos os serviços de saúde pública, assistência materno-infantil, serviço integrado de odontologia, atendimento escolar e domiciliar.O detalhe mais importante da atual administração refere-se à mortalidade infantil; Em 1981, chegava-se 179,5 crianças que morriam entre 1000 antes de um ano, hoje somente 41 para cada 1000, melhorando consideravelmente o item saúde do município.Sem dúvidas, a situação encontrada em Ferraz de Vasconcelos no início da atual administração, simplesmente era vergonhosa visto os bairros e vilas, por alta de infra-estrutura dos loteamentos, não possuírem em sua maioria, água, esgoto e energia elétrica.Nosso empenho é grande, sendo que através do Programa SAME, beneficiou a maioria dos bairros, construindo cerca de 40 km de rede de esgoto. Isto eliminou águas poluídas que empossavam em nossas ruas, causando cheiros desagradáveis, e causando diversas moléstias, principalmente em nossas crianças.Seu pai recebeu homenagem, tendo seu nome dado a Rua Kichisaburo Iguchi, no Residencial Paredão.Escrito por: Nailza Chaves de Farias
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